Pensamentos líquidos 2

Sobre palavras

Tenho poucas convicções. Tento restringi-las ao essencial para poder pôr tudo em causa. Mas estou sinceramente convicta que há sempre as palavras certas e só uma maneira de as dizer. Como o que escrevo agora. Um modo único para o dizer, pelo menos se quero ser verdadeira, se quero esgotar no que escrevo aquilo que quero transmitir.

E é por isso que acho ridícula a ideia de existirem sinónimos. Como é que uma palavra pode substituir outra se cada uma é única e única a maneira de dizermos o que queremos? Mais. Se os sinónimos significassem “igualdades” para quê a “segunda” palavra? O argumento imediato é pela fonética. Mas se assim é, as palavras deixam novamente de ser iguais para terem um peso diferente, o do som.

Percebem agora por que é que penso tanto antes de falar? Só existe uma maneira de dizer aquilo que quero, pelo menos, se quero dizê-lo em perfeição.

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