Apontamentos fugazes 9

Sobre... medos

Tenho sempre medo quando algo de bom acontece. Normalmente é prenúncio de algo mau. Por isso vou dizer baixinho... ainda não acredito, mas acho que vou de férias.

Apontamentos fugazes 8


Doença profissional

Quando vejo um carro MG na rua e penso no Montepio Geral.

Trivialidades 5

Sobre uhm... gostos


Não há como dizê-lo de outro modo. Chamo-me Rita e estou viciada num programa (Miami Ink) sobre tatuagens. E, inevitavelmente, a minha vontade de fazer uma renasceu. O que acham?


[Dalí, «Galatea de les esferes», óleo sobre tela, 1952, Fundació Gala-Salvador Dalí]


PS. Haverá algum problema com direitos de autor?

Trivialidades 4


Sobre publicidade e os efeitos secundários


Há algo que me intriga desde há muito. Que aqueles aparelhos da TV shop tornem o corpo mais delineado, os abdominais definidos, eu compreendo; o que não percebo é diferente – por que é que os publicitários não exploram os seus efeitos secundários? Afinal ficar-se mais definido e, ainda por cima, com uma cara mais bonita, no fundo, no fundo, com a cara de uma pessoa diferente vale dinheiro. O dinheiro de uma plástica. E eles? Eles só pedem o valor do produto...

Recomendações 3

Meds dos Placebo

Sempre gostei de Placebo, mas nunca o suficiente para serem uma das minhas obsessões musicais. Até agora. Depois de ouvir o Meds algumas vezes, já não consigo passar sem eles. Realmente era estranho porque sou, de facto, uma pessoa de placebos.

Deixo-vos o site Placebo World.

Contos 4


Ciclo F - A certeza


Fizeste-me pensar palavrões que normalmente julgava pertencentes a pessoas pouco controladas. Para ti. Palavrões destinados só para ti. A mais ninguém poderiam estar reservados. Excepto. Excepto para mim. A quem estendi palavrões diferentes para acomodar a minha imbecilidade. Por ti. Fui uma imbecil por ti. E uma idiota. A idiota que conjecturou possibilidades entre nós dois. Impossíveis.
Detenho agora a certeza, sim, a certeza hipotética do que sempre devia ter sabido. A verdade. Seja lá isso o que isso signifique. Uma verosimilhança com os resultados. Uma tristeza de interiorização de inviabilidade. Uma… autenticidade que destrua ilusões. E esta certeza é agora mais cruel do que seria se não me tivesse enganado. Talvez a culpa seja só minha e eu não devesse ter fantasiado impossibilidades mas quase não controlo a mente quando fecho os olhos e vejo mais do que pode existir. Ainda que tente. Talvez apagar essas imagens, esconder-te atrás de um arbusto da mente, prender-te numa gaveta fechada. E respirar. Novamente. Passou muito tempo desde que respirei pela última vez. Só dióxido de carbono corre nos meus pulmões. Durante aqueles dias em que uma palavra tua me dava ar para enfrentar tempestades, achei não precisar de acumular ar puro para no futuro sobreviver. Erro. De quem sente o contentamento inverosímil. E agora sufoco no meu esbanjamento. Imbecilidade.
Deveria ter sido mais prudente. Deveria ter-me protegido mais. Bloqueado o jacto de sentimentos que cresciam. Por ti. Por saber que jamais seriam possíveis numa realidade em que ambos existíssemos. A minha imprudência fez germinar a dor e agora vivo só esse sofrimento. E destruo-me. Destruo-me por ser uma fraca que finge uma força que me deixou. Destruo-me para me castigar por ter acreditado. Destruo-me. Por ti.
E começo a achar que não quero sair desta tristeza ubíqua em mim, obsidiante. De ti. Trato com carinho esta angústia e pioro a dor que já havia em mim com a dor que não quero esquecer. Ainda que. Se repetíssemos aquelas palavras escritas, doces, ingénuas, voltaria a sentir os químicos do contentamento percorrerem-me o cérebro. E não sei. Não sei se conseguiria conservar a força para me lembrar do sofrimento da certeza hipotética. A certeza. Quando sei. E sei. Sei que tudo o que me deixou feliz foi só mais uma ilusão. De ti.


[Março de 2006]

PS. Só para saberem: a certeza hipotética não nasceu aqui, é muito anterior.

Apontamentos fugazes 7

Sobre limites

Não restam dúvidas. A minha C. acha que eu tenho super-poderes.

Apontamentos fugazes 6

Sobre prenúncios

Como tinha escrito, mudei de casa. Mudei, pela primeira vez, para a minha casa. É giro. É importante. Depois das viagens de mudança, estacionei, finalmente, o meu carro para a sua primeira noite na sua nova casa. Era a primeira vez que estacionava o carro para ir dormir a minha casa.
E acho que foi inevitável. Ouvia o top da Antena 3. O Augusto Seabra ia dizer o n.º 1… acho que foi inevitável… «Supermassive Black Hole dos Muse»… Sim, foi inevitável pensar “no dia em que passo a viver na minha casa, os Muse estão em primeiro lugar: isto augura algo de bom”.
Sim, foi inevitável, mas agora que penso novamente, sei. Quis só pensar que no dia em que passei a viver em minha casa, os Muse estavam em primeiro lugar e o Supermassive Black Hole foi a última música que ouvi antes de subir. É isto. E é tudo.

Poemas 3

Palavras


E naquele dia quis escrever a perfeição
com palavras já velhas, mas de significados novos.
Acabei por escrever palavras velhas
com significados velhos, e fiquei à procura
que as palavras escritas crescessem por dentro
e os significados desabrochassem já novos
como se os tivesse escrito com outra significação...
porque as palavras não são pedras
e todas as ironias que o dizem são só ironias.

[Março de 2005]

Palavras de eleição 3

Breve

Pensamentos líquidos 3


Sobre coerência linguística


Não percebo as duplas negações na língua portuguesa. A sério, não percebo. Se aplicássemos os princípios da lógica e da matemática, quando disséssemos «Não faço nada» todos saberíamos que quereríamos dizer «Faço alguma coisa» porque quem não faz nada, tem obrigatoriamente que fazer algo.

Os exemplos são demasiados para poder achar que isto é só falha generalizada. Até agora ainda não descobri o motivo pelo qual se utiliza a dupla negação para significar negação, por isso se alguém tiver uma ideia terei todo o interesse em ouvi-la (ou lê-la).

Até lá, decidi fazer o maior esforço em erradicar estas incoerências semânticas do meu discurso...

Homenagens 3

Pearl Jam e Gato Fedorento

- Falta um mês para o concerto dos Pearl Jam.
- Espero que eles toquem o Elderly woman behind the counter in a small town.
- Também eu! Gosto muito do Elderly woman behind the counter in a small town. Pensava que gostavas mais do Betterman do que do Elderly woman behind the counter in a small town.
- Claro que não! Porque havia de preferir um Betterman quando posso ter uma Elderly woman behind the counter in a small town.
- E se não tocarem o Elderly woman behind the counter in a small town?
- Se não tocarem o Elderly woman behind the counter in a small town vou ficar muito desapontada, porque para além de gostar muito do Elderly woman behind the counter in a small town, um amigo meu pediu-me para lhe telefonar enquanto estiverem a tocar o Elderly woman behind the counter in a small town.
- Já agora, porque gostas tanto do Elderly woman behind the counter in a small town?
- Primeiro porque se chama Elderly woman behind the counter in a small town e depois porque não há nenhuma letra/música que se compare à do Elderly woman behind the counter in a small town. Não me digas que preferes outra música ao Elderly woman behind the counter in a small town?
- Não! Claro que prefiro o Elderly woman behind the counter in a small town. Lembras-te qual é a música que, no álbum, está antes do Elderly woman behind the counter in a small town?
- Acho que antes do Elderly woman behind the counter in a small town é o Rats.
- Pois, faz sentido atrás da Elderly woman behind the counter in a small town vir o Rats.
- Olha, mudando de assunto, vou deixar o Banco.
- Porque vais deixar o Banco?
- Para me preparar para, daqui a uns anos, ser uma Elderly woman behind the counter in a small town.
- Isso é que era vida!! Olha que até davas uma boa Elderly woman behind the counter in a small town.
- Achas mesmo que dava uma boa Elderly woman behind the counter in a small town?
- Terias tudo o que é necessário para ser uma Elderly woman behind in a counter in a small town.
- Então, mas afinal, o que é que preciso para ser uma boa Ederly woman behind the counter in a small town?
- Para seres uma Elderly woman behind the counter in a small town primeiro precisas de ser uma Elderly woman, depois precisas de estar behind a counter numa small town. E sabes o que gritarias se fosses uma Elderly woman behind a counter in a small town?
- Gritaria… Hello!


[Agosto 2006]

XANA

Contos 3

Ciclo F – Auto-perfídia

Houve uma inocência qualquer que me fugiu quando te conheci. A inocência da esperança. A esperança sempre me havia sido alheia, mas a inocência…transportei-a dentro de mim por alguns anos contínuos. Inocência infantil de esperança.
Roubaste-me essa inocência sem o saberes. Depois de ti, tenho noção dos limites da possibilidade, quando o exequível permanece nas minhas acções.
Talvez possa ainda mudar o mundo e, tal como Alberto Caeiro escreveu, reconhecer-me infeliz na tentativa. Mas defini-me tanto que já não posso mudar-me a mim!
E és tu o culpado deste realismo que me estilhaça para no futuro não me destruir de vez. A força que finjo é só mais uma manobra de diversão. De mim. Não olhes para mim. Não me vejas. Não percebes que assim me fazes inocente outra vez? A inocente que acredita ser possível. E eu? Eu sei que não é. Por isso não me faças mentir-me só porque me olhas assim. E não digas essas palavras que podem significar pouco mas me encantam tanto. Por favor, não o faças. Só se o não fizeres poderei ultrapassar a barreira, sentir a dor, mas continuar; assim, se o fizeres a dúvida habitar-me-á sempre e a serenidade habitará o vazio. E mesmo assim quereria ainda alguma certeza, alguma paz ou tranquilidade.
Queria saber. Principalmente saber que não me querias ou não me queres. Saber que esta angústia que me corrói se justifica pelo que sabes e eu não sei e saber que não te causo angústia semelhante. Saber que mesmo existindo um para o outro, não existiremos para nós dois. Queria só saber isso. Não é assim tanto pedir a verdade. Pedir a verdade que reconheço diariamente e matar definitivamente a esperança que teima em renascer. Queria só que me magoasses contundentemente…definitivamente, mas sem eu te pedir, sem te dizer que preciso disso como da água que me compõe o corpo. A dor da verdade e da certeza, mas a paz. Preferia, porém, sabê-lo num sonho para continuar a viver a mentira. A nossa mentira, as brincadeiras inocentes e as provocações indecentes num analgésico interesseiro…
E apesar de saber tudo isto, vejo-te dentro do meu teatro da mente, a representar a nossa mentira. E consigo imaginar-nos, não, na verdade consigo ver-nos num abraço perfeito, numa cumplicidade obscena, num beijo em uníssono, numa realidade paralela em que só a mentira é verdade.

[Dezembro de 2005]

Homenagens 2

Análise comparada de dois poetas que admiro

Ou de um poeta e um músico, ou de dois escritores... mas seja o substantivo (ou substantivos) qual(ais) for(em), de duas pessoas geniais.

VIII – Quasi

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além
Para atingir, faltou-me um golpe de asa ...
Se ao menos eu permanecesse aquém ...

Assombro ou paz ? Em vão ... Tudo esvaído
Num grande mar enganador d´espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor ! - quasi vivido ...

Quasi o amor, quase o triunfo e a chama,
Quasi o princípio e o fim - quasi a expansão ...
Mas na minh´alma tudo se derrama ...
Entanto nada foi só ilusão !

De tudo houve um começo ... e tudo errou ...
- Ai a dor de ser-quasi, dor sem fim ...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou ...

Momentos de alma que desbaratei ...
Templos aonde nunca pus um altar ...
Rios que perdi sem os levar ao mar ...
Ânsias que foram mas que não fixei ...

Se me vagueio, encontro só indícios ...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos d' heroi, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios ...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí ...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi ...
(… )

Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe d´asa ...
Se ao menos eu permanecesse aquém ...

Mário de Sá-Carneiro (1913)
[Poemas Completos, Assírio e Alvim]



Capitão romance

Não vou procurar quem espero:
Se o que eu quero é navegar!
Pelo tamanho das ondas
Conto não voltar.

Parto rumo à primavera,
Que em meu fundo se escondeu!
Esqueço tudo do que eu sou capaz:
Hoje o mar sou eu...

Esperam-me ondas que persistem,
Nunca param de bater!
Esperam-me homens que desistem,
Antes de morrer!

Por querer mais do que a vida,
Sou a sombra do que eu sou.
E ao fim não toquei em nada,
Do que em mim tocou.

Eu vi,
Mas não agarrei...

Parto rumo à maravilha,
Rumo à dor que houver pra vir.
Se eu encontrar uma ilha,
Paro pra sentir!

Dar sentido à viagem,
P'ra sentir que eu sou capaz!
Se o meu peito diz coragem,
Volto a partir em paz.

Eu vi,
Mas não agarrei...


Manel Cruz
[O monstro precisa de amigos, 1999]




Demorei muito tempo a escrever este post. Queria que ficasse bom; no mínimo, justo. Mas para ficar justo teria que ser muito bom. Muito bom, mesmo. Porque há aqueles que são bons naquilo que fazem e há os outros. Os geniais. Os que fazem a grande diferença. O Mário e o Manel pertencem a este grupo.

Um dia, inidentificável, ouvia o Capitão Romance e comecei a vislumbrar uma ligação poética entre o Mário e o Manel. Um certo contentamento fez tremer o meu corpo.

Entretanto não consegui evitar classificá-los, como sempre. Ainda que desnecessário, eu precisava de saber dar um nome à ligação. Acho que há umas ideias de Wittgenstein que adopto facilmente. Se eu me entendo com a linguagem, eu tenho que saber dizer tudo o que existe. Mesmo que leve tempo. Chamei-lhes “poetas da inconcretização”. De chegar tão perto, mas nunca agarrar.

Mas a inconcretização que achei neles é mais do que o não atingir. Por querer mais do que a vida / sou a sombra do que eu sou / e ao fim não toquei em nada / do que em mim tocou. É reconhecer a incapacidade de exaurir o sabor às coisas, de experimentá-las até lhes esgotar o que podem dar, é a impossibilidade de atingir a intensidade potencial. Mas eles sabem-no porque estão perto. Porque, à Sá Carneiro, tudo encetaram e “nada” possuíram.

Em Sá Carneiro, esta inconcretização é levada a um extremo de sufoco. Como no Outro, quando se é qualquer coisa de intermédio. Um dia, ao ouvir a Adriana Calcanhoto dizer pilar da ponte do tédio, senti esta inconcretização de forma abismal: uma ponte permite levar alguém de um lado ao outro, permite evoluir, mas o pilar da ponte está sempre ali, naquele sítio, pespegado ao chão, tão perto do que permitiria atingir outras coisas, mas a saber que jamais o fará. Que inconcretização pode ser maior? Estar perto e não ultrapassar, ver mas nunca chegar. Mesmo que o esforço seja incomensurável.

No entanto, se não fosse querer o que não se tem, o que seria dos nossos objectivos? Provavelmente um sufoco insuportável. Portanto estamos aqui entre o sufoco e a inconcretização. Eu? Eu prefiro a inconcretização.

Nunca poderei dizer a minha admiração ao Mário de Sá Carneiro. Posso escrevê-la ao Manel. O Manel é uma necessidade da qual gosto de precisar. Porque me faz tão bem, seja a canção triste ou não. Porque gosto das perguntas, gosto da inquietude, inevitavelmente. É engraçado como a inquietude dos outros, às vezes, me aquieta sem todavia me tornar indiferente.

Ler Sá Carneiro e ler/ouvir o Manel é sentir uma compreensão ainda antes de ela existir. Porque é uma compreensão que me oferecem sem me terem conhecido. É reconhecer uma autenticidade inatingível de outro modo, é sentir laivos de verdades que foram já experimentadas por outros mas que só eu posso criar para mim.

Fica o agradecimento por me oferecerem essa compreensão. Porque aquilo que escreveram e escrevem me alivia o “modo confuso de sempre”, como disse o Vergílio F..

Pronto, agora que isto está prestes a roçar a lamechice, espero que o Manel goste de Sá Carneiro :-). E, já agora, tenho saudades dos Ornatos. Mas já que isso é inevitável, Foge Bandido, mas não fujas para muito longe de mim. Fica, pelo menos, à distância de um CD…

Trivialidades 3

Sobre as gaffes

Mudei de casa. Ainda não acertei com a fechadura da porta de entrada do prédio onde agora vivo. Aliás a fechadura ainda não acertou consigo própria. E é já a segunda que lá conheço. Ontem, ao tentar entrar no prédio, não consegui abrir a porta. Tudo bem, é aborrecido, mas tudo bem. Pior foi ter um rapaz que também queria entrar à espera que eu abrisse o raio da porta. Palavras circunstanciais adequadas pois, essa fechadura… levaram-me a perguntar, esperançosa, quer tentar? Ele, sem dúvida, muito agradável à vista, disse sim. Alguns segundos passados e a porta estava aberta.

Bolas, sou mesmo desajeitada com estas coisas. E impaciente. Mas tudo bem. Espreitei o correio e entrámos juntos no elevador. Ele coçava a orelha enquanto eu organizava as cartas recebidas… e quando paro no meu piso, primeiro do que ele, digo… até logo!. Só eu. Realmente só eu. Nunca tinha visto o rapaz antes. E digo-lhe, levianamente, à hora de jantar, “até logo”. Estranho é ele ter-me respondido com a mesma expressão. Mas realmente só eu. Ao terceiro dia na minha casa e meto a pata na poça com o rapaz giro do prédio.

Mas já prometi a mim própria ser, da próxima vez, muito mais discreta. Da próxima vez não passo do então, queres ir lá a casa logo à noite?

Poemas 2

Coração


Bates porque só assim
o amanhã é possível.
Bates sem razão que conheças
porque o pulsar te é alheio
ainda que sejas tu a forçá-lo.
Bates assim, mais ou menos
como um metrónomo
quando lhe libertam o pêndulo.

[Março de 2005]