IVG - Referendo

É certo que eu preferia que não houvesse este referendo. É descabido. Tudo deveria ter passado há muito tempo atrás na Assembleia. Não passou, o referendo anterior foi já um erro. Alas. Aceitando o referendo, esta também não é a pergunta que acho correcta: não dá o primado à liberdade individual da pessoa, é só uma maneira “possível” de conseguir qualquer coisa, de evitar dramas maiores.

Tudo deveria estar na liberdade, mas sabendo que não pode ser assim, agora, vai referendar-se um pequeno passo: se se concorda com a despenalização até às 10 semanas da interrupção voluntária da gravidez?

SIM

Respondo “sim” neste referendo porque não posso, ainda, fazer mais e, agora, este sim é muito mais do que fundamental. Porque já sabem o que eu acho.

Vou voltar a sublinhar a palavra importante de todo o processo: voluntária.

Às pessoas que pretendem votar não, façam-no, por favor, como aconselham os cartazes por aí espalhados – no “Não, obrigada”. Se não estiver lá o “obrigada” é favor colocar, decerto foi lapso. Porque concordo, ninguém deve, obrigada, interromper uma gravidez.

Prometi-me respeitar o período de reflexão. Vou fazê-lo, mas, por favor, por favor, não se esqueçam de votar no referendo.

P.S. Não tenho muito tempo para elaborar sobre o assunto e tenho também pouca informação, mas o que é isso de censurarem um programa de autor num meio de comunicação público só porque veiculava uma posição defensora do sim no referendo, quando outros, nitidamente partidários do não, foram transmitidos?

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