Apontamentos fugazes 82

Early warning signs

São sempre suficientes para prever a crise... quando são entendidos.
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Apontamentos fugazes 81

A identidade e os motivos pelos quais não sou uma executiva

- Tenho um telemóvel e não um blackberry
- Recebo notícias sobre o Australian Open enquanto os outros recebem notícias sobre o corte de 0.75 nas taxas de juro nos EUA
- Tenho uma camisola com uma boneca, de óculos com flores, a espreitar pelo casaco e não um fato cinzento com uma camisa que ninguém sabe de que cor é
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Apontamentos fugazes 80

«Não precisas de inimigos. És óptima a flagelar-te.»

[D., a minha amiga da voz sexy]
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Apontamentos fugazes 79

Good / Bad

Coisas que me fazem bem
- balouços
- algumas (poucas) pessoas
- doces de ovos
- palavras
- radiohead
- natação
- flexibilidade
- água
- algumas (ainda nenos) pessoas
- Wentoworth Miller
- trabalhar
- paroxetina
- eu

Coisas que me fazem mal
- escorregas
- algumas (muitas) pessoas
- doces de ovos
- frases
- rádios sem cabeça
- ginástica
- flexibilidade
- água com gás
- algumas (ainda mais) pessoas
- Prison Break
- trabalhar
- lidocaína
- eu
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Apontamentos fugazes 78

Thoughts about death

«It’s because life’s most disturbing intensity is death. It’s because death is so unjust. It’s because once on has tasted life, death does not have seem natural. I had though – secretly I was certain – that life goes on and on.»

«He went under feeling far from felled, anything but doomed, eager yet again to be fulfilled, but nonetheless, he never woke up. Cardiac arrest. He was no more, freed from being, entering into nowhere without even knowing it. Just as he’d feared from the start.»


Philip Roth, Everyman, p. 169 e 182
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Trivialidades 117

Ciclo hotties – Olga Kurylenko

Estou quase a apaixonar-me por esta rapariga… olhem esta perfeição. A nova Bond Girl, ao que parece.





Homenagens 25

Karma Police

Muitos dos meus dias são assim




[Radiohead]

Karma Police, I’ve given all I can, it’s not enough
I’ve given all I can, but we’re still on the payroll
(…)
And for a minute there, I lost myself, I lost myself.

Pensamentos líquidos 71

Primárias Norte-Americanas

Se por um lado, considero as presidenciais Norte-Americanas o paradigma de injustiça política, por outro lado, não nego que acho todo o processo, desde as primárias até ao dia da votação final, interessantíssimo em termos de estratégia política.

Ganhar entre os pares é um jogo completamente diferente de ganhar a um adversário “ideológico” (frase simplista, eu sei, ainda assim, há mais diferenças entre um Democrata e um Republicano do que entre um socialista e um social democrata). Chegar às presidenciais com o apoio de um dos dois principais partidos nos EUA é uma tarefa árdua. É uma tarefa ardilosa. E é, sem dúvida, uma tarefa cara. E o que se defende (publicamente, entenda-se) entre os pares que permita vencer as primárias é diferente do se terá que defender na fase da eleição final. E é por isto que o equilíbrio que cada candidato tem que escolher/obter é um ponto interessantíssimo. É um equilíbrio instável, muito instável. E é um jogo que se joga intra-temporal e inter-temporalmente. Só as primárias estendem-se por meses.

É disto que eu gosto. Da luta pela percepção correcta das mentes dos democratas, dos republicanos, dos indecisos. O que é que cada um quer/precisa de ouvir. O que é que enche as medidas de cada um. É por isto que as campanhas têm uma dimensão tão exagerada, mas necessária. É por isso que o staff de cada um daqueles candidatos é monstruoso. E é por isso que, independentemente de estarem certos ou errados, essas pessoas têm um expertise tão elevado. Eles são manipuladores de ideias, de posições, até de convicções; mas só ao limite que os deixam ser. E eles são adaptativos, aprendem com os erros, vão polindo opiniões, vão atacando nos pontos fracos que, de quando em vez, são expostos. E são bons a fazê-lo.

E eu gosto disto. Porquê? Porque perceber como as mentes das pessoas funcionam é uma tarefa interessantíssima. E o jogo (estratégico) também.

Mas agora. Um update do que se passa no outro lado do Atlântico. Depois do democrata Obama ganhar no Iowa e Hillary em New Hampshire. Depois do republicano Mike Huckabee ganhar no Iowa e John McCain em New Hampshire. Depois disso, só me parece haver uma certeza. Temos os democratas muito menos divididos do que os republicanos. Entre Obama e Hillary está o candidato presidencial democrata. Entre os republicanos, é muito mais difícil de aferir: há um pântano de candidatos potenciais – Giuliani, muito pouco consensual, com mais mulheres do que os republicanos gostam de admitir que têm, pode ter os maiores Estados a comprarem-lhe a vitória nas primárias; mas só McCain parece ser o candidato que os Norte-Americanos estão dispostos a ver viver na Casa Branca (já vos disse que a Casa Branca é muito mais pequena do que se supõe?).

Dados curiosíssimo, de acordo com as sondagens mais recentes. Só McCain poderia eventualmente vencer Obama nas presidenciais. Ganharia certamente a Hillary, mas contra John Edwards, o candidato democrata que nunca chegará às presidenciais, provavelmente perderia. Eu sei, eu sei; isto vale muito pouco. E tem pouquíssimas certezas associadas.

Mas não é giríssimo?
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Trivialidades 116

Dualidade de critérios

Compreendo que isto

seja indemnizado por causa disto,


mas por que é que isto


não é indemnizado por causa disto?


Apontamentos fugazes 77

Pai Natal,

Onde está aquilo que te pedi? Não aquela coisa feia e inestética que me impingiste. Escusas de continuar a tentar enganar-me. Tens uma semana para me enviar a máquina. E nem tentes enganar-me outra vez com os capangas do Tony Soprano. Já te expliquei que é diferente. Quero a máquina de fazer desaparecer pessoas para a semana. Não há mais máfias russas, nem snipers. Quero tecnologia de ponta para fazer desaparecer pessoas, fazer com que essas pessoas nunca tenham existido e quero que o impacto que tiveram na vida dos outros seja apagado imaculadamente.

Não te vou pedir outra vez. Não te esqueças como gostas desse trenó.
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Apontamentos fugazes 76

Gosto mais de pessoas más do que de pessoas “boazinhas”.
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Trivialidades 115

Coisa mais estranha II

Lembram-se de vos ter dito que o meu tapete da rua “desapareceu”? O fenómeno dos desaparecimentos não parou aí. Algum tempo depois, desapareceu o tapete da minha vizinha da frente… E há uns dias atrás o do meu vizinho do lado. Só um resta. Mas não deve faltar muito para “desaparecer” também.

Quem será o louco raptor de tapetes da rua?
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Pensamentos líquidos 70

Happy ending

«We need this. We need you to have your happy ending.»



É o que a Meredith diz à Cristina antes do casamento dela com o Burke. Di-lo a propósito de uma conversa que tiveram antes, na qual concluem que ela casar com o Burke é o que comprova que pessoas como elas podem ter finais felizes. Apesar de tudo. Apesar de serem… elas.

O casamento é uma metáfora, aparece ali como um símbolo qualquer de felicidade. É irrelevante. O que importa é que o Burke foi embora e a Cristina ficou. E isto também é simbólico: pessoas como elas não podem ter um happy ending.

Deprimidos, tristes, neuróticos, solitários, esquizofrénicos, estranhos, maníaco-compulsivos, perturbados, paranóicos, insatisfeitos. Desassossegados. Amo-vos a todos. Mas temo que me leiam pois sou o arauto da desgraça. Nós somos todos os que nunca terão um happy ending.
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Trivialidades 114

No contentor público de lixo

«Não colocar:
Monstros (…)»

O que qualquer cidadão deve fazer, segundo empresa de recolha de lixo
Caso aviste alguém colocar monstros num contentor público de lixo, é favor chamar fiscal de conteúdos de contentores e não deixar o perpetrador da infracção escapar.

O que um cidadão interessado deve fazer, segundo eu e Capitão Planeta
Caso aviste alguém colocar monstros num contentor público de lixo e queira mostrar a todos o que é um monstro, é favor chamar super-herói à sua escolha (idealmente o Capitão Planeta, não se esqueçam que ele é o único herói ecológico), telefonar a uma agência noticiosa e esperar pelos seus quinze minutos de fama ao lado de um monstro, inadvertidamente despejado em contentor de lixo.
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