Poemas 38

Em jeito de desejos de um ano de 2010 melhor


Sonnet to the symbolism of days

I’ve been through hell,
all shattered and bruised
I’ve survived indifferently
to overcome the years.

I’ve been through hell
and realised the changes.
I’ve understood the pain
of enduring increasing woe.

I’ve been through hell
loosing myself in despair,
growing an inner insurrection

I’ve been through hell and back
Not stronger to have survived
But again aware of being alive.

[Dezembro de 2009]

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Homenagens 56

Comparação de “Mon coeur s’ouvre a ta voix”

Mon coeur s’ouvre a ta voix, Maria Callas



I belong to you (mon coeur s’ouvre a ta voix), Muse

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Homenagens 55

My sister – may all your dreams come true




You are my sister, Antony and the Johnsons, I am a bird now

Covers melhores do que o original 3

Across the universe

Original – Beatles




Versão de Rufus Wainwright

[infelizmente, o “embed” não é possível]

Ver aqui: youtube a
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Homenagens 54

Muse em concerto

Tenho procurado, desde Domingo, uma notícia decente sobre o concerto dos Muse, no Pavilhão Atlântico. E, para meu (pequeno) espanto: não achei uma. Uma! Todas as notícias/artigos que li sobre o concerto eram pouco melhores do que sofríveis. E, para além de isto me irritar, obriga-me no mínimo a tentar dar o meu contributo. O contributo de quem viu o concerto e de quem gosta de Muse. E de quem, enquanto escreve isto, se sente culpada porque devia estar a trabalhar!

Shame on you que escreveram sobre o assunto miseravelmente e shame on you que não escreveram sobre o assunto. A Resistance tour está esgotadíssima em todo o lado, os Muse anunciam datas adicionais frequentemente e nem sequer um artigo sobre o concerto? Shame on you.

Agora que já desabafei, vamos ao concerto. O concerto foi muito bom. A justificação é plain and simple: o concerto foi muito bom porque os Muse são muito bons músicos, performers profissionais e têm temas muito bons. Poderia ficar por aqui e acho que já teria sido justa. Mas não teria dito que os Muse são grandiosos, apoteóticos; também em concerto.

Contrariamente ao que se lê por aí, o concerto não resultou porque eles já tinham os fãs ganhos. Nem porque eles “popizaram" (tornar “pop”)” o som e o espectáculo. Não. Porque, apesar de já terem os fãs ganhos, os Muse fazem tudo em palco pelos temas que compõem. Em concerto, são brilhantes, perfeitos. E foram-no no último domingo. São a melhor banda que eu já vi em palco.

Este foi apenas o meu segundo concerto de Muse. O meu primeiro concerto de Muse, há 3 anos atrás, foi num palco mais emblemático. Foi o fecho da tour britânica de apresentação do Black Holes and Revelations. Na Wembley Arena. Sim, é difícil bater isto.

E este espectáculo no Pavilhão Atlântico não bateu. Não bateu por alguns motivos.

O primeiro porque o concerto de há 3 anos atrás Wembley Arena foi o melhor espectáculo que já vi.

O segundo porque eu, apesar de tudo, continuo muito próxima dos 3 primeiros álbuns da banda e senti muita falta de alguns temas, como o Space Dementia, que é uma obra-prima do tamanho do mundo ou do TSP que eu adoro. Porque apesar de compreender, eu gostava de ter ouvido o contraste dos collateral damages (nocturno do Chopin) no final do United States of Eurasia.


[Space Dementia, Origin of symmetry]


O terceiro porque apesar desta tour ser porventura mais “espectacular”, não tem tanto da “essência” histórica de Muse . Tem menos piano do Matt e tem temas como o Undisclosed Desires (The Resistance) e o Supermassive Black Hole (Black Holes and Revelations) que para os fãs “históricos” dos Muse são mais difíceis de ouvir. Abdica, do último álbum, do “I belong to you (mon coeur s’ouvre a ta voix) e de dois dos Exogenesis. E, para mim, os Muse também são isso. Isso como eu uma vez descrevi este último álbum: a sensibilidade de Chopin a encontrar uma guitarra eléctrica. Não quero que isto seja mal entendido: o alinhamento, como tocado, criou uma sequência potentíssima que só os Muse ousam.

Os motivos daqui em diante são circunstanciais. O quarto motivo é que no meu primeiro concerto de Muse eu via, de facto, o palco e a proximidade com os músicos é uma coisa inigualável.

O quinto motivo é mesmo a qualidade de som e levanta quase o meu descontentamento. Os Muse são virtualmente perfeitos ao vivo. Tão perfeitos que, no primeiro concerto, me deixaram a pensar que eram quase perfeitos demais, ao ponto de o som parecer “plástico”, quase hermético. E o Pavilhão Atlântico não é um local que faça justiça aos Muse. Não tenham dúvidas: o som dos Muse é melhor do que aquilo que ouviram ali.

O sexto e último motivo é a minha razão egoísta. Mais do que há três anos atrás, agora os Muse têm muitos fãs. E há uma parte de mim que gosta da ideia de eles serem alternativos, de não serem fáceis de ouvir. Porque não são fáceis de ouvir. Nos últimos dois álbuns eu demorei semanas a aprender a ouvi-los e indigna-me um bocadinho que cheguem pessoas e achem que Muse se digerem facilmente. Eles são muito mais do que isso.

Again, don’t get me wrong. Eu fico contente com a mundialização apoteótica e aceitação dos Muse. É merecida. Mas eu espero que seja pelo reconhecimento que os fãs lhes devem, pela qualidade inegável. Não porque subitamente é inexplicavelmente fácil para as pessoas ouvi-los.

Queria escrever um texto justo ao concerto de Domingo dos Muse e percebo que não o consegui. Também eu peço desculpa. É consequência de estar a roubar tempo ao trabalho que tenho que fazer, aos olhos ardentes e desfocados de muito tempo ao computador nas últimas semanas, à excitação de ter que lhes fazer justiça, mas acima de tudo à falta de inspiração.

Por isso, ouçam o que incluo a seguir.





[Exogenesis: symphony part 2 Cross-pollination]



[Exogenesis: symphony part 3 Redemption]


Não gostavam de ouvir isto ao vivo? Não se acham capazes de mudar o mundo com uma música?

Estes são os Muse. Acho que só queria mostrar isso com este texto . Talvez devesse ter colocado somente excertos deles em concerto. Estou certa que seria suficiente.